sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A vida é um disco chamado Natal.



Amar o amor em cada um que habita em mim...

Era sete da manhã, eu limpava a área em frente a minha casa - para que meus filhos e as visitas (minha irmã e seu cusquinho Tom) pudessem desfrutar do melhor ambiente de minha nova morada.
Junto ao pano que esfregava o chão, ou melhor, no detergente que agia sobre as impurezas, gotejei anos de minha história que talvez esteja na metade. Vi o homem à beira do fracasso e sobre o pedestal da glória, o fraco, o infantil o egoísta... mas, vi sobre todos eles, o eu que sobrevive em voz de artista e deve livrar-se dela para ser vida real.
Após esta limpeza deverá surgir o ingrediente mais importante para a faxina interna. Chamasse CORAGEM. Sim MAIÚSCULA.  pois a coragem minúscula nos revela o ingrediente para a ação inversa – O MEDO.

Quem na vida não acordou com esta sensação de que há muito para ser limpo? E quando pensamos nisso,  já estamos com os colchões ao sol, com as cadeiras sobre a mesa e o corpo pulsando em determinação e bom – humor.

A frase que abre esse texto, vem da música Peregrino, uma canção de ritmo rasguido-doble que nasceu instrumental pelas mãos de Fabiano Harden e passou a ter letra quando encontrou-se com sua companheira escrita.

Uma espécie de Amor Insólito (Raro,  incomum desusado...)

Os poemas e melodias – no meu ver –  são como as pessoas: encontram-se, convivem, pedem arranjos e instrumentos, gravam sua existência para que os outros escutem e imaginem. Após o “amadurecimento” e anos rodando nas rádios da vida, pedem um novo arranjo, novos instrumentos ou apenas a exclusão de alguns e uma nova e determinante regravação.

Sabe o que é para mim o auge da composição?
Quando posso limpar instrumentos e arranjos e com minha limitação de violonista apresento,  de maneira corajosa, algo que nasceu para andar junto...  simples, despretensioso mas colorido de verdade. Poema e melodia!

Sonho bem mais que ando sem luz pra florescer.

“Então é natal... ano novo também...”  

O que espero de mim?
O que esperas de ti?

O homem teima e sabe do sem fim das horas em que viver não é motivo pra sorrir...
E peregrino segue a luz maior das almas: caminho pedra e cruz pedindo pra florir.


Pegue o balde. A água ainda é limpa... despeje litros de CORAGEM MAIÚSCULA. Lembre-se de varrer antes e, junto aos ciscos, na pá – direto ao lixo, despeje o MEDO.

Quando as crianças e as visitas acordarem, estaremos com o mate pronto. E  o melhor ambiente da casa estará esperando com cheiro de vida MAIÚSCULA DE ESPERANÇA.



Cruz  aberta igual o abraço que precisas oferecer em agradecimento a Deus.

Vamos amar o amor em cada um que habita em nós.

Não há ensaio para o Amor Insólito...  Tudo já está valendo.

A vida é um disco chamado Natal.




                                                               foto Miza Limões  - mariza.limoes@gmail.com

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Somos o que somos, não o que compramos pra somar pobreza...

Antecipando uma reflexão - muito pessoal - sobre o consumismo natalino, que nada tem com o real espirito de comemorações, escrevo minha sensação atual. Pretendendo não escrever  - para o Blog - durante a segunda quinzena de dezembro e primeira de janeiro, o DIÁRIO DO ANDANTE  estará compartilhando apenas as principais postagens de seus primeiros seis meses. Tenham um ótimo Natal e comprem o necessário.

Somos o que somos, não o que não podemos comprar...


Desde o momento em que passei a ter memória de minhas manifestações como consumidor, passou a ser nítido meu desapego material, a ponto de andar por ai perdendo e danificando meus pertences, e às vezes os de outros, que por alguma razão ficaram aos meus “cuidados”. Defeito ou não, está identificada essa característica expressiva neste andante.

         Quando se aproximam as datas de comemorações natalinas e vejo multiplicarem-se as angustias dos homens, pra atenderem o infeliz compromisso do presente, mais me desapego ao material e respiro os amigos sadios e a música que paira de graça.
Alcançar a famosa lembrancinha, no dia 25 de dezembro, pode tirar da maioria das pessoas a sobra financeira do suor diário e tumultuar a paciência nas filas dos comércios. Essa paciência (bom humor)  - provavelmente - seria usada na comunhão harmônica entre parentes e amigos.  
Os consumidores, obrigados pela cultura imposta, chegarão com o desconforto dos ambientes de venda, aos lugares de festejo, onde disfarçadas de carne assada e euforia, estarão também fantasiadas de bom velhinho, as dívidas do ano vindouro.
“Como começaria mais sadio o ano novo, sem aquele imenso televisor que a fulaninha chorou pra ganhar. E agora como eu pago a rematrícula?”

Somos o que somos, não o que temos ou doamos materializados pelas indústrias.


Eu quero dos meus filhos o sorriso no natal diário, a saúde no amanhecer... e no anoitecer:  um  obrigado pai por me fazer feliz sobre o lombo da Joaninha, minha petiça moura...

Está na face da criança a felicidade imaterial.


Ensine aos menores os valores maiores... 


Ainda temos para presentear: uma tarde de mar, um domingo no arroio ou um passeio natural...

Nada de plástico, tudo de vida!



Perdi muito do material que me alcançava o tempo...
Estão nos ventos meus buçais de doma, meus chapéus caídos...
E ainda penso que ganhei da vida, meu maior presente
Por estar cadente e saber que a gente basta em ter vivido.

O que encontrares não terá meu nome, pois não foi de mim...
Ficou no chão porque não soube a mão cuidar o bem querido.
Serão as boinas e rebenques novos. Teus agora, entendes?
Eu perdi consciente e ganhastes crente por eu ter perdido.

E quando achares, no caminho saiba que eu não sou Noel.
E perdi ganhando do trenó da vida meus pertences nobres.
E que nunca o gesto de presentes caros sobressaia o claro
De um abraço antigo, de um carinho amigo no natal dos pobres.

Ensine aos menores os valores maiores de haver nascido.
Somos o que somos e jamais seremos nossos bens perdidos!
Eu preciso ver que estarás feliz quando me ver presente.
Eu preciso mesmo é que não chores nunca um bom amor vivido.

Que o teu presente seja o que o natal alerta ao bem vivido.
Compartilhem flores que estarão de graça no jardim da vida
 Que floresça a praça ao te ofertar com graça o que plantou o amor
Quando o criador benzeu de luz sublime pra ser compartida.

Diga que eu não pude ofertar o preço, pois pediram muito.
E eu não tinha plata, andava de alpargata, mas cheguei FELIZ.
Tenho o que tu quis, tens o que eu almejo na ilusão dos pobres
Que esse povo “nobre” nunca venda e sobre o bom do meu País.

Que esse povo rico, esteja de alpargata... saiba andar sem plata e tenha o que comer.
Diga que eu não pude ofertar o preço para ter riqueza...
Que eu não fui às compras, me sobraram roupas e vou rezar aos nobres
Pra que tenham luzes governando o mundo pelo pão nas mesas.


Somos o que somos, não o que compramos pra somar pobreza...






  

                                               foto Alexandre Teixeira

domingo, 27 de novembro de 2011

Em Linha



Na fuga diária dos termos que modificam nossa língua, principalmente para o inglês, vou aqui escrevendo apenas com meus tropeços de fronteiriço, por estar a 60 km do velho rincão de Aceguá.
Sigo em linha, e não online, como a maioria que conecta-se ao infinito mundo das páginas  de informações e entretenimentos  “web” . Vários são os Sítios onde passeio - em linha - para acompanhar o mundo ao vivo e manter-me informado e, se possível, informando.





                  Há poucos dias, quando cruzei com o desenho acima - algo de expressão simplesmente indescritível - cheguei logo ao bloco:     http://www.palavrasdearlete.blogspot.com//  onde encontrei o email da senhora Arlete Gudolle Lopes, encantadora entusiasta deste mundo em linha. Logo trocamos e-mails que se destinavam a encontrar o autor dos “dibujos”.

                 Bueno, agora eu acompanho sua página e ela o meu humilde diário do andante. Já sabemos que o magnífico caricaturista trata-se de:  Tato, um ilustrador autodidata, natural de Santa Fé, Argentina.

Acompanhem o artista pelo espaço gauchaje 



Que sigam as linhas cruzando os andantes;
Que sejam diamantes as novas palavras...
E as almas escravas do mundo a escrever
Não percam o ser e nunca permitam
Que o mundo virtual supere a presença;
Que o mundo não esqueça e um dia os alerte:
Que o som da internet não é nem será
Melhor que o sabiá num canto instintivo!
Online ou ao vivo nós somos reais
E o sítio jamais terá a força de um LIVRO!



Com muito carinho dedico este texto aos infinitos contribuintes para a preservação da palavra impressa ou não.

 



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A pureza do por do sol na fibra da "Curunilha"

                      foto Fernanda Botelho Vieira Polino

No dia 5 de novembro estive na Estância “Curunilha”,  localizada entre os municípios de Bagé e Aceguá. Propriedade cujos campos chegaram às mãos do seu guardião atual,  Manoel de Moraes Valls (Lito) pelos caminhos normais de descendência e sucessão rural.
Conhecendo de certa distância os detalhes da vida desse homem, hoje um grande e iluminado amigo, observei seus passos desde que o encontrei, há 12 anos, quando eu ainda prestava serviço no Hospital Militar de Bagé.
          Após ter lutado contra uma enfermidade que o atingiu aos 20 anos, quando o mesmo também cumpria seu tempo militar, Lito comemorou - nesse dia 5 - meio século de vida regada a determinação, disciplina, coragem, esperança e muito amor familiar.
          Tenhamos certeza que existem balsamos e ervas que o campo oferece em suas águas e frutos, para que o filho da terra vença enfermidades que raros vencem.

Num dia emocionante na Estância Curunilha, recitei o que escrevi para esse amigo e, principalmente para sua esposa, a grande companheira Mariléia Vieira Valls (Leca) que entende e deve orgulhar-se muito de ser parte importante nessa comemoração.

Obrigado Lito, Leca e filhos!

 Família que tem a pureza do Por do sol na fibra da Curunilha.  



GUERREIRO EM 2011


Coronilla é um dom guerreiro, soldado em setenta y pico.
Nem sabia o que era rico, na concordância do ter...
pois o verbo “amanhecer” lhe valia, e vale ainda,
quando Coronilla brinda a luz do anoitecer.

Para os olhos do egoísta, Coronilla causa inveja,
pois o que o mortal almeja  Coronilla  tem pra dar!
A luz da vida no olhar, a rigidez da coragem
e a paz no emblema da imagem no peito e em brasa a gritar:

está  viva a coronilha!!!  Vida no canto do galo...
Vida “en su gaucho” a cavalo, enxergando a tropa inteira.


Coronilla é uma trincheira, com torrões de parador,
e, por vaqueano e senhor, ensina o que não tem vida,
que só conhece a partida quem tem vergonha do amor.

Vou te copiar, Coronilla, hei de aprender a coragem,
pois  a poesia selvagem  não me ensinou  a ter dor.


(O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega fingir que é dor
A dor que deveras sente.)
                                 Disse a poesia em Pessoa.

E tu? Tu, sim, tens a vida boa!  Esta que acende na luta,
esta que marca a conduta,  e o que é maior multiplica...
Raiz que então glorifica os que protegem tua luz;
OBRIGADO – cerne em cruz, braços abertos, querência,

Meio século de existência,

E tu segues – dom guerreiro –, soldado em setenta y pico,
E podes saber que és rico, na concordância do ser...
pois o verbo “anoitecer” lhe valia, e vale ainda,
quando tua gente brinda a vida no amanhecer...

Coronilla é um bom lanceiro "y gaucho” em busto de bronze
Na missão árdua da vida:   Guerreiro em 2011.

04 de novembro de 2011

fotos: Maneco Valls

                                     Manoel de Moraes Valls (Lito)

sábado, 12 de novembro de 2011

O inesgotável mundo dos livros


O inesgotável mundo dos livros, onde mergulho lentamente, tem feito-me viajar como sempre necessitei. Porém, o tempo que tenho - e terei – obviamente não será suficiente para preencher necessidades nômades do meu espírito - peregrino das palavras. Sigo ao tranco e lentamente sobre o campo amarelado das folhas, feito quem ensina um redomão a caminhar, manso e em passos largos, antes do trote.
Muitos são os livros que me aguardam, consciente disso, leio tranquilamente os que cruzam desorganizadamente meu dia a dia.
No momento, tenho nítido frente aos olhos O Continente no Tempo e no Vento de Érico Veríssimo, nele, o coração e a imagem indescritível de José Sepé Tiaraju, que habita meu mate, como que dizendo em páginas folheadas, que não sei nada deste mundo que represento musicalmente. Noto então, no meu minúsculo saber, o conflito histórico e o abismo que nos oferece flutuantes informações.
Muitos são os convenientes testemunhos que chegaram até mim, e tantos outros que fazem parte da massa manobrada, nascida ou habitante do Continente de São Pedro, desde os tempos de Sepé.
Gracias e perdão peço agora pelo que já escrevi de maneira irresponsável. Seguirei - mesmo assim - nesta caminhada que me cabe.
 A música e o verso rondam minha mente como um perfume, em que a tampa, não tem força suficiente para conter o líquido que traz - em sua fórmula - o compromisso mágico de exalar.
Respiraremos o que tem a dizer o caminhante e desconhecido andante de tempos, que juntou e junta elementos místicos e materiais, para contar, agora e aqui, em páginas também flutuantes, algo que grita solitário carregando ao peito, feito quem carrega um filho, o punhal de prata do índio Pedro Missioneiro, na inegável missão de exalar o perfume necessário de nosso tempo a ser escrito.
Em qual volume estarei na edição da existência?
Trigésima quarta página anual do capítulo Lisandro Amaral Brião.
Fui impresso pelos meus pais, e sou revisado diariamente por leitores e ouvintes deste livro que caminha preocupado com o hoje, os olhos no ontem e as lágrimas no amanhã que infelizmente há de chorar.

Michel Foucault, o pensador francês, em sua obra
"A Ordem do Discurso" destaca:

Somos bocas a pronunciar discursos muito antigos, cuja "essência" vem de longos tempos, mas que adaptam suas "aparências" ao longo dos tempos, através das bocas que os pronunciam.



Que sejam pequenos meus feitos, mas que causem algo de bom...




Canto Ancestral na Estrada

Visitem a feira do livro de Porto Alegre.

Temos um encontro hoje 12 de novembro, às 19h no estande da AGEI – Associação Gaúcha de Escritores Independentes.

Amanhã – domingo – 13 de novembro em Pelotas, também na Feira do Livro – às 18h e 30min no estande da Livraria Mundial.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Guerreiros

de Átilla Sá Siqueira


Bom dia amigos

“Não odeies o teu inimigo, pois se o fazes, és de algum modo seu escravo. Teu ódio nunca será melhor que a tua paz.

Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.

Não julgues a árvore por seus frutos, nem o homem por suas obras; podem ser piores ou melhores.”

Jorge Luis Borges.


Aproveitando que este espaço chegará a meio ano de existência no dia 14 deste mês,  agradeço o carinho oferecido em muitos comentários – postados ou alcançados verbalmente.
Divido com todos neste depoimento, que realmente ilumina sentir que o que escrevo pode ser útil de alguma maneira para alguém. Tenho vários motivos para comemorar quando acordo e, por ser atuante nos palcos da noite, também agradeço meu trabalho quando durmo.
A situação social no mundo precisa muito de pequenas reflexões e principalmente, de grandes atitudes que, no conjunto final será a principal arma numa não impossível vitória.
Eu não desisto do que me faz bem, pois só assim poderei oferecer algo de bom aos que cruzarem no meu diário real e caminhante.
Lendo a vida atual, percebi que lealdade ao inimigo nunca diminuiu o guerreiro... pelo contrário, alcançar a espada para que a luta seja igual faz uma grande diferença no final do duelo.
Vamos refletir a intenção dos problemas que identificamos como inimigo atual, e avaliaremos qual o efeito que causará derrotá-lo. Invista em meditações e aja com firmeza. Aceite correr riscos! Sonhe! É muito possível que no meio do temporal, ou do naufrágio, surja o inesperado que envergonha quem não teve fé, e só acreditou em razões matemáticas que proibiram antes o sabor saudável da aventura.
Esteja perto do amor, mantenha distância do ódio, mas o observe como um inimigo a ser respeitado e no momento exato DERROTADO.


FRAGMENTOS DE UM EVANGELHO APÓCRIFO. Jorge Luís Borges
Do livro ELOGIO DA SOMBRA.

3 -Mal-aventurado o pobre de espírito, porque sob a terra será o que é agora na terra.

8 Feliz o que perdoa os outros e o que perdoa a si mesmo.

9 Bem-aventurados os mansos, porque não condescendem à discórdia.

10 Bem-aventurados os que têm fome de justiça, porque sabem que a nossa sorte, adversa ou piedosa, é obra do acaso, que é inescrutável.

11 Bem-aventurados os misericordiosos, porque sua felicidade está no exercício da misericórdia e não na esperança de um prêmio.

12 Bem-aventurados os de coração limpo, porque vêem Deus.

13 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque lhes importa mais a justiça do que o seu destino humano.

14 Ninguém é o sal da terra; ninguém, em algum momento da sua vida, não o é.

15 Que a luz de uma lâmpada se acenda, mesmo que nenhum homem a veja. Deus a verá.

16 Não há mandamento que não possa ser infringido, e também os que digo e os que os profetas disseram.

18 Os atos dos homens não merecem nem o fogo nem os céus.

19 Não odeies o teu inimigo, pois se o fazes, és de algum modo seu escravo. Teu ódio nunca será melhor que a tua paz.

20 Se a tua mão direita te ofender, perdoa-a; és teu corpo e és tua alma e é árduo, senão impossível, fixar a fronteira que os divide...

24 Não exageres o culto da verdade; não há homem que ao cabo de um dia não tenha mentido com razão muitas vezes.

25 Não jures, pois todo juramento é uma ênfase.

26 Resiste ao mal, porém sem espanto e sem ira. A quem te ferir na face direita, podes voltar a outra, desde que não te mova o temor.

27 Não falo de vinganças nem de perdões; o esquecimento é a única vingança e o único perdão.

28 Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.

29 Fazer o bem ao teu inimigo é a melhor forma de satisfazer a tua vaidade.

30 Não acumules ouro na terra, porque o ouro é pai do ócio, e este, da tristeza e do tédio.

31 Pensa que os outros são justos ou sê-lo-ão, e se não for assim, não é teu o erro.

32 Deus é mais generoso que os homens e os medirá com outra medida.

33 Dá o que é santo aos cães, joga tuas pérolas aos porcos; o importante é dar.

34 Procura pelo prazer de procurar, não pelo de encontrar...

39 A porta é que escolhe, não o homem.

40 Não julgues a árvore por seus frutos, nem o homem por suas obras; podem ser piores ou melhores.

41 Nada se edifica sobre a pedra, tudo sobre a areia, mas nosso dever é edificar como se fosse pedra a areia...

47 Feliz o pobre sem amargura ou o rico sem soberba.

48 Felizes os valentes, os que aceitam com ânimo semelhante a derrota ou as palmas.

49 Felizes os que guardam na memória palavras de Virgílio ou de Cristo, pois estas darão luz aos seus dias.

50 Felizes os amados, os que amam e os que podem prescindir do amor.

51 Felizes os felizes.


Aguardo vocês na Feira do Livro em Porto Alegre dia 12 sábado às 19h, no estande dos autores independentes.
Em Pelotas dia 13 (Feira do Livro) Livraria Mundial 18h.

Tenham uma boa e digna luta.